Ana Mari's world!

Leia livre de preconceitos, intensões e expectativas.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Fazendo a roda girar...

Não dá pra ter dó... Estou me cansando de ter dó... De mim, do outro. Até que ponto vale poupar o outro condicionando assim minha felicidade? Até que ponto vale a delicadeza de versos e afagos, quando na verdade somente a crueldade e a mais escrachada verdade é que vai solucionar o que faz soluçar? Não sei, mas venho controlando dentro de mim essa crueldade, por conta de um trabalho interno que venho fazendo comigo mesma de tentar ver o lado do outro, tentar sentir como o outro sente, ver do ângulo que o outro vê. Mas o outro vê o meu lado? Não sei, mas diante de tantas feridinhas somente um jamais, um adeus que vai resolver isso tudo que não para de doer e por conta de relevâncias vou protelando dia-dia essa dor. Não tem mais literatura, não tem mais poeminha, conto ou ditado que vai fazer as coisas ficarem menos doídas... Eu não queria novamente ser cruel, embora de maneira homeopática eu venha sendo. Mas não queria fazer acabar pra sempre, porque eu queria tanto que as coisas mudassem, mas já faz tanto tempo que eu estou tentando, que a vida vem me mostrando que não vale mais a pena insistir. Não há amor, bem querer que suporte a indiferença, o desprezo e toda a atmosfera fria que circunda esses sentimentos emanados por atitiudes brutas ou simplesmente descrentes e displicentes. O outro não me poupa de agressões gratuitas, porque eu o devo poupar? Mais uma vez eu só posso acreditar que é o tempo que vai fazer sarar a dor, trazer respostas e quiçá provar que eu não sou uma louca que sente prazer em dizer o que sente e pensa simplesmente para magoar, mas isso é mesmo só o tempo, porém o outro é tão burro que vai se deixar enganar até o fim dos dias, mas isso aí já é problema do outro, o meu problema agora e fazer a vida ir pra frente, fazer planos pra mim, e deixar o barco seguir o fluxo do rio sem que haja interferências. É difícil dizer adeus, é muito complicado o “never more”, mas é necessário. Tá na hora.

sábado, 24 de março de 2012

Sol por sedex

Daí eu queria que parasse de doer. Eu passava a mão em cima, assoprava como quem ameniza um arranhão. Ardia.
Todo dia eu esperava que aquilo doesse e quem sabe ardesse um pouco menos. Mas não, era oscilante como os dias. Havia os dias em que era como se nada tivesse acontecido e que aqueles machucados não passavam de um sonho ruim, e que dali pra frente tudo ia ser diferente e a dor e o ardor seriam como se nunca tivessem existido.
Mas não demorava muito, aquilo tudo que me causava tristeza, aflição e outros sentimentos que não sei colocar como palavras vinham como piaçava em ferida exposta, sem dó, juízo nem piedade, e lá de cima eu despencava como uma jaca podre, me sentindo completamente fragilizada, insegura com a certeza de ser a pior pessoa da face do universo. Porque comigo? Porque de novo?
Eu o conheci no inverno. Em 2011 o inverno foi um período peculiar. Eu estava sem voz, era como um castigo por falar demais. Sem quê nem porque, o convidei para almoçar.
Comemos juntos até pouco antes de o verão chegar. Um amigo meu já havia pronunciado: - Querida, sabes que é primavera, não? Na primavera as coisas ficam mais bonitas mesmo, as pessoas se apaixonam mais, tome cuidado, porque isso pode ter data marcada para acabar...
Eu não lhe dei ouvidos e fui fundo. Era como se eu tivesse acabado de nascer, e com a humildade de uma criança eu seguia os dias, naquele aprendizado de conhecer o mundo do outro, através da percepção que não era minha, tentando achar uma cor que me coubesse, pois era primavera e todas elas me vestiam como uma luva, isso tudo deixava ainda mais complicado escolher apenas uma como definitivo.
Da mesma maneira que eu aprendia fui tentando ensinar, o aluno era aplicado e parecia aprender rápido, porém eu sentia uma insegurança latente que já não era minha. Eu sentia que ele ainda não sabia como demonstrar carinho, como ele era bruto e isso com o passar dos dias vinha como um desmotivador. Mas eu ainda procurava um motivo para tudo aquilo, afinal nossas bagagens culturais eram tão nossas que riam juntas uma da outra, como poderia aquilo tudo, toda aquela felicidade não dar certo?
Ele era meu menino dos olhos, um enviado dos céus, aquele pelo qual eu sempre esperei e nunca soube que o esperava. Com ele era bom até rolar na grama e fazer nada por vontade.
Mas eu sentia que ele me evitava, e daí aquela vontade enorme de querer trazê-lo para meu mundo foi virando algo que eu não sei dizer o que era, mas eu sentia doer como deve doer um tiro. A cada negativa e manifestação de repulsa eu sentia morrer alguns anos, não compreendia de maneira sincera o porque daquilo. Procurava em mim os erros, procurava nos escritos dele os motivos e respostas para tudo aquilo que eu estava recebendo.
O problema é que ele era mentiroso. Se há inverdades numa determinada situação, a probabilidade de se chegar à uma resposta satisfatória com variantes tanto negativas quanto positivas se torna praticamente nula.
Sei como começou uma disputada de quem fazia doer mais, e eu já percebia que da cartilha do amor nada mais se cumpria. Era fato que estava engasgado, mas eu não conseguia descobrir o que ele havia comido mais, pois comermos juntos já era um evento equivalente à uma viagem longa e quase sem novidades. Sem contar que ele nunca tocou e cantou pra mim, nunca me fez um desenho – como ele fazia para os insetos e desconhecidos, carta – nem meia estrofe torta das milhares que escrevia compulsivamente dia-dia, nunca indicou um livro – um cordelzinho vagabundo que não fosse extenso e nem valesse a pena, ou um livro que fizesse sentido na vida ou que o norteasse, nunca ... Nunca disse se gostava de mim, nunca me fez sentir de verdade uma pessoa especial.
Todos os finais de semana se dependesse da vontade aqui da casa, ele estaria à mesa comendo e bebendo de maneira farta e contente. Só que eu não deixei que isso acontecesse... Sentia que se ele entrasse mais um pouquinho no meu mundo não teria mais volta e eu é quem ficaria no chão como um capacho de repartição pública.
Queria que tivesse conhecido meu quarto, visto mais fotos da minha infância, queria que ele dormisse aqui, mas não. Eu queria mais que ele sentisse o que eu sentia, queria mais é que ele sentisse que era tão rejeitado quanto fazia eu me sentir, como ele o fazia. Queria que ele fosse tão anônimo quanto eu era na vida dele, queria que ele fosse quase um segredo, como eu era para ele, para os deles e todo o universo dele. Era muito doído saber que eu era um segredo, era quase uma amante de uma pessoa que todo o meu mundo conhecia e sabia do meu enorme bem querer despudorizado.
A moral da história é que não há uma moral. No frigir dos ovos, dói demais, e eu ainda sofro muito por tudo o que eu queria ter podido dividir com ele e não deu tempo, por tudo que eu propus à ele e foi esquecido. Ainda dói demais saber que não deu certo novamente, que eu pareço ter um dedo podre e me engano vez sim, vez sim, e vez de novo. Sem falar na dó e na pena que me dá de ter que sair por aí mais uma vez buscando por algo que eu já nem sei o que é e se há disponibilidade pelos mercados da vida. Quase morro sempre que eu percebo que infelizmente talvez o que ele realmente goste, o que ele realmente quer eu nunca vou poder dar, e olha que eu não sou de medir esforços quando o intuito é satisfação, porém tenho de entender que por maior que seja o esforço há coisas nessa vida que não tem explicação, que eu devo ter lá algum valor sim e que o amor nunca acaba, porque ele é ódio também, e depois vira amor de novo e você aprende a viver com ele apenas na lembrança.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Vida à tapa

Que daí me faz questionar sobre eu mesma. Sobre minha vida, o que foi passado, do que é o presente e da imprecisão do futuro...
Faz sempre assim, de maneira cruel, sofrida, que me enrola pela barriga e prende-me os braços. Aquela angustia, aquele sofrimento aglomerado todo ali na viceralidade daqueles braços que quase me partem e eu desvencilho, e seguro, e quase empurro, mas me contenho no olho do furacão da emoção eu me retraio e grito pedindo: controle-se!
O motivo sempre se perde no meio do discurso, afinal pra quê motivo se o único intuito é ferir e magoar? Fica a disputa de quem é mais cruel, de quem vai mais fundo nas fraquezas e nas feridas. Ano após ano é sempre tudo igual, pequenos detalhes se modificam apenas, para fazer menos monotonia no atrito e na dor.
Daí eu vou mais longe dentro de mim, olhando pro mundo, fico pensando como será o mundo daqui há dez anos? Como será os filhos dessa geração, dessa nova noção. Qual pedagogia, quais serão os métodos, as métricas que serão adotadas para fazer ser menos complicado, menos doído?
O meu nordeste teima em querer me estagnar. Fazer com que eu creia no que eu não sou e sofra pelo que não fui (e nunca vou ser..). Eu já me encontro empobrecida de repertório, pareço me repetir a cada novo embate, e me arde todo esse alarde que me invade sem bater na porta ou pedir licença, atropelando tudo o que poderia ser considerado como respeito, direito, consideração e pudor. Noções essas que aprendi por admirar e almejar.
Digo que tenho nojo, que desprezo, odeio, acho estúpido e hipócrita. Fraternidade, amor, afeto e todo sentimento empregado à um objeto não se cobra quando fora dado de maneira gratuita e espontânea.
Às vezes quando olho para mim fico pensando no porque de ainda ser e ser... Não tem resposta, sei que apenas sou, e talvez ainda vá ser por algum tempo, mas eu queria poder escolher o espaço, o lugar que se faz cada vez mais distante sempre que acontecem os embates, parece que perco energia nessas passagens e faz o tempo minar, trazendo um enorme desespero e a falta de vontade de seguir. A minha referência sempre faltante vem sempre em forma de turbilhão parecendo querer testar minha bagagem de valores, meus afetos e querendo abalar o amor próprio que parece estar sempre fragilizado.
Quem precisa mudar? Sou eu!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Cadê?

Eu queria escrever um texto... Queria ser impessoal, imparcial e neutra... Mas como conseguir isso quando você está totalmente aflorada? Totalmente suscetível, frágil com grandes possibilidades de ser feliz e a infelicidade é gritante!?
Eu queria escrever pra contar das boas novas, afinal elas existem... Queria dizer que me sinto plena, feliz, contente porque ano que vem eu vou estar formada, porque eu vou poder ir embora de casa... Eu queria escrever um texto neutro, imparcial e impessoal... Mas se faz inviável quando você se sente sinceramente chata, inconveniente, desagradável... Pois é inevitável falar das amarguras, dos desvarios e desventuras...
Eu queria escrever um texto imparcial, neutro e impessoal, queria mesmo é falar mais uma vez sobre o natal, sobre os monstros e as luzes que têm na Avenida Paulista, queria contar dos passeios pelo Vila Lobos, dos Jasmins Manga pegos na madrugada, mas fica difícil de novo, pois no meio de tanta loucura eu chorei, eu sofri, vivi de saudade, mal dormi e senti o coração apertar e me fazer pensar em infarto.
Nos domingos, os vestidos, a feira, o sol, a felicidade, o parque e de repente tudo amargou...
Daí tem chovido muito também e eu fico mais entristecida que de costume...
Eu tenho ouvido menos música, na verdade tenho ouvido menos música nova, pois aquelas que fazem meu coração oscilar de velocidade eu ouço quase todo dia, para apaziguar as saudades, pra botar pra fora o que sinto reprimido...
Vira e mexe fico procurando os “pra quê’s”, “porquê’s” de ser, estar e continuar... Mas na verdade quem cria tudo isso somos nós mesmos... E de quando em vez dos lados de cá falta criatividade e me sinto meio desalmada, vazia.
Quero que o tempo voe e tudo retorne ao seu lugar.

Vale a pena assistir: http://www.youtube.com/watch?v=8rK6TJyGAHw

sábado, 19 de setembro de 2009

Ser...

[quando você está um tanto entorpecido, mas você está dirigindo, coisas mínimas viram grandiosas e até verdadeiras perante a realidade do minuto...]

A verdade é que você mente todo dia... O amor é importante porra!

terça-feira, 23 de junho de 2009

Identidade

P/B

É engraçado como a vida às vezes parece um filme de terror... Que nunca caba. Às vezes na melhor das hipóteses a gente dá risada, ruim é quando esse filme nunca acaba se torna uma cena cotidiana, indo e vindo, se repetindo, cheia de peculiaridades negativas e você se pega sozinho sem ter com quem dividir isso tudo.
Sei lá, às vezes eu penso que meus planos de nada terão graça se eu não ir na contra vertente do filme que nunca acaba e vive se repetindo... Eu preciso sair desse elenco, pois está muito difícil a relação com o grupo.
Na verdade quero mais é que o grupo se exploda e não se lembre da minha existência. É pesado demais isso tudo, às vezes eu fico procurando sem achar um alguém, uma palavra qualquer ou um silêncio que seja de amém, uma terceira opinião, uma visão diferenciada, mas parece que nunca chega e que isso tudo nunca acaba...
Ando sem o sentimento de arrependimento, pode parecer tolo até mesmo frio de minha parte isso, mas é que às vezes dói tanto que eu não ter remorso e/ou arrependimento das coisas parece fazer doer menos...
Pior mesmo são as manhãs em que eu acordo e só quero continuar dormindo... As noites que eu durmo e não quero mais acordar...
É muito ruim às 11h da manhã de todos os dias que estou na rua e o quebra sol não se faz eficaz e eu me perco no velocímetro e penso o que seria depois que eu perdesse o controle de tudo, o momento em que o freio do João não respondesse mais, o que vai ser depois do próximo momento, se vai ter, se não vai ter, quando isso tudo não importa mais e eu quero só acabar com o filme.
Eu tenho contado os dias na intensão de que tudo isso acabe, no anseio quase que martirizante para o fim dessas cenas que tornam minha vida meio p/b.
É triste pensar que já fui mais colorida em prática e hoje eu esteja insosa... E eu que gosto tanto das relações, do mundo e todas as coisas que colorem, hoje eu só quero ficar em silêncio, fazendo contagens pro dia da cor, pro dia da maior alegria. Eu que já quis discutir mais tudo, hoje ignoro para não me magoar mais, para não sofrer mais nem ter o sentimento da perda do tempo.
Queria poder parar de chorar sabe, é muito baixo astral esse momento, mas acho que é nesse momento em que eu me permito ser através das lágrimas que eu me alivio, respiro fundo e arrumo forças pra continuar, porque no fim de tudo eu choro porque eu estou cansada, e é só isso, vai ver que as coisas nem são tão ruins assim, mas é que eu me sinto tão fraca que eu me fortaleço assim, chorando pra mim e pro mundo desgraças quase que inexistentes, mas que se não for assim eu vou perder controle do velocímetro, e daí eu não vou saber se tudo valeu a pena...